Acervo e Coleção
Acervo e Coleções
Acervo costuma designar um conjunto geral, com corpo mais amplo, muitas vezes constituído de várias coleções.
Coleção significa um corpo coeso e tem como sinônimos os termos coletânea e compilação. Em função dessa organicidade necessária à coleção, ela segue critérios e normas de escolha e de organização interna. Pode ser formada por objetos materiais ou imateriais, ser mantida por um único indivíduo ou pertencer a uma organização, privada ou governamental, ser secreta ou aberta ao público. Como define a publicação Conceitos-chave de Museologia, é preciso que os itens reunidos em uma coleção “formem um conjunto (relativamente) coerente e significativo
Acervo
Bens culturais, de caráter material ou imaterial, móvel ou imóvel, que compõem o campo documental de determinado museu, podendo estar ou não cadastrados na instituição. É o conjunto de objetos/documentos que corresponde ao interesse e objetivo de preservação, pesquisa e comunicação de um museu. A título de exemplo, todo e qualquer documento que ateste a vida e obra do escritor Guimarães Rosa apresenta interesse para o Museu Casa Guimarães Rosa (MCGR)/Cordisburgo (MG), independente de encontrar-se ou não sob a sua custódia. Constituem acervo sobre o qual o Museu pode operar objetos e documentação sobre o escritor, de propriedade de particulares ou de outras instituições culturais, assim como a estrutura urbana e a paisagem dos arredores da cidade de Cordisburgo, a exemplo de praças, edificações, antigas fazendas, acidentes geográficos, espécies da flora e da fauna e tradição oral da população da região, que são referências cruciais na obra de Guimarães Rosa. Embora não sejam bens culturais que integram o acervo institucionalizado, encerram um valor documental de interesse para o Museu, merecendo uma ação museológica que pode se dar não necessariamente com o seu recolhimento, mas através da sua preservação em bancos de dados, inventários, musealização in loco etc.
Coleção
Em uma definição descritiva, trata-se de um conjunto de objetos naturais e artificiais, reunidos por pessoas ou instituições, que perderam seu valor de uso, mantidos fora do circuito econômico, sujeitos a proteção especial em local reservado para esse fim. Mas o que, de fato, caracteriza e distingue os objetos de coleções de outros conjuntos de objetos é a função que compartilham, de serem semióforos, qual seja: de exercerem o papel de representar determinadas realidades ou entidades, constituindo-se em intermediários entre aqueles que olham, os espectadores, e o mundo não visível – passado, eternidade, mortos etc. – que representam. Essa função das coleções pode ser exemplificada pela Coleção Geraldo Parreiras, do Museu Mineiro, que reúne objetos de arte sacra, na sua maioria originários de Minas Gerais, nos séculos XVIII e XIX. Conferindo concretude e materialidade ao passado, essa coleção expõe aos homens do presente objetos aos quais se atribui o papel de representar a sociedade mineradora do século XVIII, marcada pela religiosidade católica e a estética barroca.
Fonte : (Subsídios para a Criação de Museus/ Ministério da Cultura - Instituto Brasileiro de Museus)