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As Bonecas

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“Uma boneca de pano bastante desajeitada de corpo. Emília foi feita por tia Nastácia, com olhos de retrós preto e sobrancelhas tão lá em cima que é ver uma bruxa."
Trecho“A menina do narizinho arrebitado” -Emília é uma das personagens principais da obra infantil de Monteiro Lobato

Emília é uma das personagens principais da obra infantil de Monteiro Lobato - escritor brasileiro (1882-1948), na série relacionada ao Sítio do Pica-Pau Amarelo, sua primeira aparição foi na história “A menina do narizinho arrebitado”

Emília é uma boneca de pano, recheada de macela. Em muitas histórias, ela troca de vestido, é consertada ou é recheada novamente. Narizinho também faz e refaz suas sobrancelhas (segundo Reinações de Narizinho) e seus olhos (que são de retrós e por isso arrebentam se Emília os arregala demais). Ela é capaz de andar e se movimentar livremente, porém muitas vezes é tratada por Narizinho como uma boneca comum e é "enfiada no bolso".


  Boneca é um dos brinquedos mais antigos e mais populares do mundo, que reproduz as formas humanas ou de personagens da ficção. Na maioria das culturas as bonecas estão associadas ao universo feminino, mas posteriormente deram origem aos bonecos, que são associados aos meninos.

 

Mas de onde surgiu essa idéia? Quais são os primeiros registos desse ícone e quando ele passou a ser um objeto altamente desejado pelas crianças de todo mundo e usado para difundir padrões de consumo, estética e beleza?

As bonecas existem há milhares de anos, no começo de sua história, elas não serviam para brincar. Tinham, quase sempre, uma função religiosa, só podendo ser manuseadas por sacerdotes e curandeiros.

Os registros das primeiras bonecas datam de 5 mil anos atrás, na Civilização Babilônica

Apesar  de provavelmente existirem que desde as cavernas, embora nunca tenham sido encontradas bonecas pré-históricas, seriam feitas em materiais perecíveis.

Elas estiveram presentes em todas as civilizações do passado. Foram encontradas pequenas bonecas esculpidas em pedra. Os cientistas as chamaram de Vênus (deusa grega que simboliza a fertilidade), pois os estudos revelaram que essas bonecas eram utilizadas em rituais que “preparavam” as mulheres para a gravidez e em cerimônias religiosas.

Ao longo da história, as bonecas acompanham o desenvolvimento do homem e de suas civilizações. Os egípcios, por exemplo, faziam bonecas de terracota, uma argila modelada e cozida no forno. Elas eram chamadas ushtbs, mediam entre 10 e 23 centímetros e costumavam ser colocadas nos túmulos dos faraós.

Na Grécia antiga, as bonecas tinham outras funções. As jovens costumavam oferecê-las às deusas na época de seu casamento, na esperança de ter filhos. É possível que o hábito de brincar de boneca tenha derivado dessas primeiras figuras religiosas, relacionadas à fertilidade feminina.

Entre os romanos, era tradição celebrar, junto com as homenagens ao deus Saturno (símbolo do tempo), em dezembro, festas particulares em que bonecas eram dadas de presente. Em maio, quando o deus Lares (que protegia as casas) era festejado, erguiam-se altares com essas imagens.

Bom, se as civilizações antigas usavam as bonecas para fins religiosos, quando será que elas começaram a servir para brincar? Hummm… Há um mistério nessa história!

Em Herculano, cidade do império romano destruída por uma erupção do vulcão Vesúvio no ano 79 de nossa era, foi encontrado, totalmente preservado pela lava, o corpo de uma menina abraçada à sua boneca.

No sarcófago da imperatriz Maria, esposa do imperador romano Honórius, morta no século 3 de nossa era, cientistas encontraram uma boneca do tamanho de uma Barbie, toda articulada. Ela tinha um enxoval e joias feitas sob medida, do mesmo jeito que a boneca moderna. Seria um brinquedo ou mais um objeto religioso?

Na Idade Média, os estilistas usavam as bonecas com seus modelos para vesti-las com suas criações onde as pessoas de posse (rainhas e damas) escolhiam seus vestidos.

A produção em massa iniciou-se no século XV, na Alemanha. Feitas de madeira, alabastro e vidro, reproduziam cenas do cotidiano ou figuras da corte e da sociedade e eram destinadas a adultos. Apenas no século XIX elas começam a ser feitas para crianças. A porcelana era principal material. No século XX, o plástico e a borracha começaram a ser utilizados, as figuras ganharam articulações e uma semelhança maior com os humanos. Um marco na indústria de bonecas foi o lançamento da Barbie, em 1959. Antes dela, a maioria reproduzia bebês e havia pouca variedade de posições e roupas.

As primeiras bonecas que falavam mamá e papá foram produzidas em 1823 e aperfeiçoadas em 1880.

Entre os materiais utilizados na fabricação das antigas bonecas destacavam-se a madeira e os tecidos. Geralmente a cabeça era feita de cera, em moldes feitos de esculturas. O material mais apreciado pelos colecionadores era, no entanto, a cerâmica, que tornava possível a confecção de cabeças de porcelana biscuit e um tipo de porcelana branca com aparência semelhante ao mármore.

A partir de 1869, tornou-se possível a fabricação de bonecas em grande escala, graças ao surgimento do celulóide. Em seguida surgiram outros materiais como o PVC e o plástico.

Diversos são os materiais que atualmente usados para a confecção das bonecas, tais como: madeira, palha, tecido, plástico, porcelana, papel, pelúcia e vinil, papel machê, cera e gesso, dentre outros.

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